Saia de casa
caia na farsa
abrace a cachaça
como um último amigo.
Encoste
num muro
num poste
e aposte
nas palavras sem sentido.
Fume imaginação
assuma a vocação
de criar a ilusão
só sua.
Aquele monstro feio
a alegria sem freio
é você diante do espelho
a mutável criatura.
Um ser disposto
a manter o gosto
pelo cão que lambe o rosto
de quem não aceita a vida imposta.
Essa vida de bicho
na lata do lixo
com cheiro de mijo
e gosto de bosta.
Tome a lua
diga que é sua
no silêncio da rua
ninguém vai duvidar.
Os ratos
as baratas
os morcegos com suas asas
as pessoas dormindo nas casas
não hão de atrapalhar.
E quando o sol surgir inteiro
escravos trabalharão por dinheiro
o mal primeiro
de toda essa turma.
Você?
Volte para seu rebanho
tome um banho
daqueles sem tamanho
e durma.
( Dio Costa ) www.diocostarj.blig.ig.com.br
www.diocostapalavra.blogspot.com
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1 comment:
Dio, o poeteiro... opa, quer dizer, o poeta... Q dizer dessa nova? Muito legal, bem "bitter".
Tem o cão q lambe a boca d quem se deixa lamber no cair da madrugada. Depois dessa experiência única, será q o personagem consegue voltar ao rebanho? E será q o personagem é o mesmo? Será que o rebanho é o mesmo? Toda vez que se dorme, acorda-se em um novo dia?
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